quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

Terapia para o corpo e a alma (Paloma Oliveto)

Texto copiado do Diario de Pernambuco do dia 14/02/2010 da jornalista Paloma Oliveto

SUS TEM AUMENTADO A OFERTA DAS TÉCNICAS ORIENTAIS PARA O TRATAMENTO DOS MAIS VARIADOS TIPOS DE DOENÇAS

As práticas têm mais de mil anos, nasceram do outro lado do mundo e, aos poucos, conquistaram o Ocidende. Os brasileiros estão, cada vez mais, interessados na medicina não convencional e a prova disso é o salto da oferta, pelo Sistema Único de Saúde, de homeopatia, plantas medicinais e fitoterapia: medicina tradicional chinesa e termalismo. O balanço mais recente do Ministério da Saúde indica que, de 2007 para 2008, o número de atendimentos cresceu 122%. Só o investimento em a homeopatia aumentou 383%, comparando-se com 2000. Além disso, as práticas de LIAN CONG e TAI CHI CHUAN popularizaram-se a ponto de, em um ano, registrarem crescimento de 358% no número de procedimentos realizados.
Todas essas atividades são consideradas integrativas, pois partem do princípio que a abordagem médica tem de levar em conta o indivíduo como um todo e não apenas cuidar de um órgão ou um sintoma específico.Segundo o médico e homeopata Ícaro Alves de Alcântara, coordenador da ouvidoria do Conselho Regional de Medicina do Distrito Federal, as práticas integrativas não são consideradas especialidades médicas reconhecidas pelos órgãos regulamentadores e de classe. Trata-se, na verdade, de um "nome fantasia", como define, que abrange atividades holísticas e naturais,que possam ajudar na melhoria da qualidade de vida do paciente.
"Essa abordagem integrativa preocupa-se com os sinais e sintomas têm relação entre eles", diz. "Hoje, a aceitação é cada vez maior. O paciente não quer mais tomar um remédio atrás do outro. Quer algo mais profundo e natural", afirma. segundo Alcântara, autor do livro QUALIDADE DE VIDA, QUALIDADE É VIDA, geralmente, as pessoas que procuram práticas complementares já passaram por várias especialidades médicas, sem conseguir alívio.
Na casa da servidora pública Rosana Barreto Melo Ramos, 48 anos, a família toda é adepta das práticas holísticas. Quando o filho mais velho tinha 2 anos, Rosana já estava cansada de buscar a solução para a amigdalite da criança e resolveu consultar um homeopata. " Meu marido era cético e desafiou o médico. Vinte e quatro horas depois, meu filho não mais nada, nem febre", conta. Desde então, as terapias naturais substituíram os medicamentos alopatas. Também mãe de Bianca, 13, e Bárbara, 18, Rosana afirma que, as meninas tomaram antibiótico duas vezes na vida, foi muito. "Medicina alopática, só se for de emergência", diz Rosana, que trata de um problema no nervo ciático com acupuntura.
REDUÇÃO DE CUSTOS - O médico Divaldo Dias Mançano, chefe do Núcleo de Medicina Natural e Terapêutica de Integração (Numenati) da Secretaria de Saúde do DF conta que as primeiras práticas adotadas na rede pública foram homeopatia, acupuntura e fitoterapia. Ao longo de 21 anos, outra atividades agregaram-se a elas, a partir da constatação de que, cada vez mais, a população se interessava pela medicina natural.
Além do resultado positivo alcançado na saúde dos pacientes, a medicina integrativa mostrou que também representa uma boa economia para os governos, Em Campinas, interior de São Paulo, por exemplo, a Secretaria de Saúde registrou, no ano 2006, uma redução de 12,5% no consumo de anti-inflamatórios em relação a 2005. O resultado, de acordo com o órgão, foi atribuído à oferta de acupuntura para diminuição das dores dos pacientes atendidos no sistema público de saúde.
TRABALHO EM CONJUNTO - O médico Ícaro Alves de Alcântara diz que as técnicas alternativas não incluem as tradicionais. "O cerne da medicina integrativa não é excludente, mas inclusiva. Acontece que, nas práticas naturais, é possível obter resultados com menos efeitos colaterais", diz. Segundo ele, os alopatas ainda têm dificuldades para aceitar essa integração com a medicina natural. "Claro que há charlatões, que fazem mau uso das práticas holísticas, confundindo com xamanismo e pajelança. Mas basta um erro em mil para se sustentar que as práticas não têm comprovação científica", reclama.
Para a Coordenadora da Política Nacional da Práticas Integrativas e Complementares (PNPIC) no SUS, Carmem de Simoni, o que existe é o desconhecimento por parte de médicos, gestores e pacientes. "Por exemplo, a homeopatia é uma especialidade reconhecida desde 1981.mas nenhum curso de medicina oferece a disciplina", diz. Porém, diante da repercussão positiva dos estudos feitos sobre a qualidade das práticas integrativas, ela afirma que a resistência vem diminuindo. Se em 2004 apenas 12 municípios possuíam atos ou normas que regulavam a PNPIC, o número passou para 1.340, em 2008.

SAIBA MAIS
(Fonte: Ministério da Saúde)

MECANISMO NATURAIS:
ACUPUNTURA: Compreede um conjunto de procedimentos que permitem o estímulo preciso de locais anatômicos definidos por inserção de agulhas filiformes metálicas para promoção, amnutenção e recuperação da saúde, bem como prevenção de agravos e doenças.
FITOTERAPIA: Caracterizada pelo uso de plantas medicinais em suas diferentes formas farmacêu ticas, sem a utilização de substância ativas isoladas, ainda que de origem vegetal.
HOMEOPATIA: Atua em diversas situações clínicas do adoecimento, como nas doenças crôniocas não trasmissíveis, nas doenças respiratórias e alérgicas e nos transtornos psicossomáticos, reduzindo a demanda por intervenções hospitalares e emergenciais.
TAI CHI CHUAN: Conjunto de movimentos suaves, continuos, progressivos e completos, usados para prevenção de doenças, manutenção da saúde e estabilização emocional.